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#24
um
voltei a ler o Diários II, de Susan Sontag. ô bicha cabeçuda. como um diário pode ser tão hermético e racional (enquanto também vulnerável) é a pergunta retórica frequente por aqui. acho que nunca li nada que ela escreveu, apesar de a) “conhecê-la” desde os tempos de faculdade, e b) de Diante da dor dos outros estar na minha fila de leitura há anos. gosto de como ela gosta de estudar e entender arte, literatura, cinema e fotografia, e dos risos contidos que solto no decorrer de uma linha ou outra.
dois
esse primeiro de quatro episódios de Aprendizagens, composto por falas filmadas no ano passado durante o seminário Aprendizagem Viva. bonito de dar raiva.
três
esse texto na newsletter do Yuki — “Ontem, durante a mesa, falei sobre dois filósofos que eram muito próximos e de como a amizade dos dois interferia na elaboração de seus livros e, principalmente, quando um morreu e o outro começou a escrever suas ideias de mundo como se fosse uma carta para seu amigo que já não podia mais lhe ouvir. Chorei pensando que é isso que eu quero para nós (porém com todo mundo vivo e feliz), que eu quero contar sobre aquilo que imagino e critico como se fossem cartas para essas pessoas que vi ontem e anteontem e nos outros dias também, sem me envergonhar dos afetos tão interditados na bipolítica de corpos que muitas vezes não são considerados tão corpos assim.”.
quatro
finalmente tive acesso ao documentário Ama-san, de Cláudia Varejão; logo comentei com a amiga que me recomendou, e que tem um pôster muito bonito do filme em casa, que é bonito igual. qualquer cena de senhoras asiáticas em karaokê como parte do cotidiano me toca muito, porque é uma referência muito direta à minha vivência pessoal. pralém disso, em contrapartida, também vi Dias perfeitos com a esposa e, apesar da ótima trilha sonora, não fui cativada. esse filme do Wim Wenders mais me soou uma propaganda bastante higiênica (oops) de banheiros públicos de Tóquio e de um ideal orientalista num país extremamente capitalista/sexista e com tantos casos de negligência com pessoas mais velhas, trabalho romantizado e precarizado, etc. senti que não houve espaço pra essas críticas, e sei que aqui cabem muitos parênteses e análises que não quero aprofundar, então tchau.
cinco
em loops
seis
He asks me why
I am wearing a mask
don’t I know
they aren’t required anymore?
And I want to tell him
how sad it is
that so many people
are only willing
to help each other
if they are required to,
but I am tired
so instead I just say:
yes, I know
they aren’t required anymore.
(os poeminhas dessa conta, SABE)
minha psicóloga falou “por quê você não faz cerâmica” [risos risadas choros]