#21

um

esse ano to finalmente botando em prática deixar de usar Spotify (por n motivos), e uma das coisas que funcionaram demais pra mim veio do blog de Felipe Siles: programa RiMusic pra Android, instalado via F-Droid. ficar sem ouvir propagandas é um luxo só.

dois

há algumas semanas assisti Past Lives, preparada pra chorar ranho (não aconteceu, mas foi bom mesmo assim). gostei muito desse post de Annanda sobre o filme, e aproveito pra comentar muito brevemente que me sinto profundamente ofendida quando as pessoas dizem que não se fazem mais blogs, que todo mundo deveria voltar a escrever blogs, sendo que isso nunca deixou de acontecer — o que houve foram megacorporações crescendo, um trabalho “maior” pra caçar esses blogs, enfim, talvez a noção de uma (péssimo nome) “blogosfera”. mas eu gosto das coisas estarem esparsamente por aí, existentes, quem viveu o auge disso lembra que existia, sim, competição por número de comentários e “seguidores”. não é essa a parte mais importante/legal/interessante, é?

três

Arriégua! Ói as Fake News é um manual nordestino de checagem de dados, que caiu no meu colo exatamente quando tava pensando que deveria investir em cursos sobre isso. claro, deveria ser conteúdo de ensino básico, todo mundo deveria ter acesso. e por isso mesmo essa iniciativa é tão linda e urgente. gratuita assim, então, aff. belezinha demais.

quatro

screenshot de story de Legacy Russel: uma selfie em frente de um espelho comprido, ela aparece de cabelos castanhos escuros encaracolados, solto, olhando para o celular, capa longa e verde escura, com um bebê pendurado num sling a sua frente, de estampa azul com nuvens, blusa verde claro com capuz e gorro amarronzado.

recentemente li o Glitch Feminism, de sua autoria; pouco depois essa foto belíssima pulou no feed ♡

cinco

esse ano eu vi pouquíssimas pessoas fazendo o Hourlies, o evento global de quadrinistas que retratam seu dia hora a hora, sempre no 1º dia de fevereiro. gosto demais & acompanho o trabalho belíssimo e abraçante de Jana Esmeraldo tem um tempo, e fiquei felicíssima de ver que ela não deixou de participar.

seis

faz cerca de 1 mês e meio desde que pedi demissão (muitos parênteses), e desde então preciso me cavoucar de várias formas pra: descansar, me reconhecer, pensar, sentir, tudo aquilo que faz a gente ficar bem doidinha. parece que faz um tempão, e eu já senti um monte: inadequação, medo, insegurança, preocupação, desespero. mas também me senti abençoada por poder fazer isso (às custas de várias coisas também, nada é de graça), e cada vez mais perdida. isso + crises climáticas + doenças mil rolando + genocídio Palestino que é um absurdo ainda estar acontecendo etc etc etc. = 100condições. porém, há algumas semanas fui ao ato pró-Palestina em SP, finalmente encontrei um amigo que só conhecia virtualmente e, por menor que tenha sido a manifestação em si, dá um rebuliço enorme e bom ouvir cantos de “Palestina livre, livre Palestina”, conversar/desabafar (inclusive sobre a negligência em relação a vacinas e cuidados pra covid, enfins), ler que pessoas ainda estão tão indignadas quanto eu. confiar, ficar triste, acreditar, lutar, cantar. todo dia.

porque não há como seguir de outra forma. muitas vezes me senti desencorajada de me importar com tudo isso; mais fácil se deixar levar, ignorar. mas não tem como. e sentir que não to sozinha é essencial.

a psicóloga implorando pra eu aprender a descansar